terça-feira, 14 de agosto de 2012

LIMITES E EXPECTATIVAS




Um relacionamento para ser agradável e cumprir seu verdadeiro papel deverá ser pautado nos limites, no limite que uma parte impõe, e não nas expectativas. O erro é que as vezes pautamos não nos limites, mas nas expectativas, e daí vem as cobranças, as frustrações e tudo que envenena algo que deveria ser para o crescimento de cada um, e transforma a “relação” em um tormento...

sábado, 23 de junho de 2012

MOTIVAÇÃO INGÊNUA PREGADA POR INGÊNUOS...

Luciano Henrique Pinto


O tempo passa e quando a gente olha para trás, muita coisa a gente julga que poderia ter sido diferente, que tal atitude não deveria ter sido tomada, que fui ingênuo em outra...e por aí vai...

Ao longe de minha vida, aprendi a ter cautela com três expressões bem corriqueiras: "as coisas estão mudando", "tudo depende da nossa vontade", "é porque os demais não se esforçam". Digo isto porque tanto para mim, quanto para alguns colegas e amigos, vejo que tais expressões - dependendo o seu emprego - criam armadilhas que nós mesmos construímos ao tentar manter acesso um sonho ou uma vontade...

A primeira - "as coisas estão mudando" - é bastante complicada, porque faz com que as pessos alicercem seus planos em percepções tão abstradas que variam de cada ponto de vista. O que é realmente "as coisas estão mudando" (ou melhorando para alguns)? Neste aspecto gosto de ser bem objetivo, e frio. Por muitas vezes gostaria de acreditar nesta "mudança", mas se ela não vem com um respaldo, não posso confiar nesta intuição, que na verdade pode ser um anseio que pode vir ocorrer ou não...

"Tudo depende de nossa vontade" também é complicado, pois se fosse só assim, nunca falharíamos. Desprezar a complexidade das coisas que se interagem a todo tempo, ainda mais em um mundo globalizado, é no mínimo ingênuo...

"Porque os demais não se esforçam" talves seja a pior justificativa que a gente acaba usando. Sei lá, Freud já explicou muito bem isto, e a expressão "bode expiatório" também vem ao longo dos anos tentando alertar para o risco desta expressão. O fato é: o sucesso em uma atividade qualquer depende muito mais de uma análise fria e ações bem feitas do que frases "motivadoras" que são vazias em sua essencia. Esta "motivação" imprópria mais nos deixa na zona de conforto do que nos tira dela. E como havia me dito uma professora a uns tempos atras: crescer é desconfortante...

Obs. 1: O bode expiatório vem de uma lenda judaica, que diz que em uma das tribos de Israel era comum colocar o bode no centro de um lugar, e lá todos os xingavam. Acreditavam que tal prática transferiam a culpa para o pobre animal...

Obs. 2: Projeção é um mecanismo de defesa, no qual você enxerga o outro aquilo que não agrada em você. Tal atitude deixaria o ser mais "aliviado".

Obs. 3: Na verdade, eu acho que tudo depende de empenho e luta. Plano só não resolve. Tem uma frase que diz: "Se queres contar uma piada a Deus, diga-Lhe que tens um plano..."



quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

CARÁTER VALE MAIS





Uma das formas de medir o caráter de uma pessoa é pela quantidade de provas e evidências CONCRETAS que ela apresenta quando fala de algo ou alguém. Fofocar é para qualquer um, provar é para os  que tem caráter.
Luciano Henrique Pinto

O BOM E O FALSO




Ser bom não é procurar agradar os desejos particulares de uma pessoa ou de um certo grupo. Ser bom é antes de mais nada ser justo com TODOS.


Quem é realmente BOM não fica a falar mal dos outros, como querendo justificar a SUA POSIÇÃO DE BOM. Quem é realmente BOM, cresce por seus méritos, e não por demérito alheio...


Ser bom na é dizer palavras meigas, doces ou motivadoras. Ser bom é antes de mais nada NÃO SAIR POR AÍ VENDENDO ILUSÕES.


Ser bom não é concordar com tudo, é antes de mais nada ser desconfortante quando se é necessário tirar algum da zona de conforto.


Ser bom é ser bom, e antes de mais nada, não tem nada a ver com FALSIDADE... O falso nos ilude momentaneamente e nos deixa estacionado em nossa jornada, a sós com a ilusão que ele pregou...


O bom amigo, que é por hora por ser ignorado, incompreendido ou mal visto, nos deixa melhor, pelo simples fato de ser BOM, verdadeiramente BOM.


Luciano Henrique Pinto

sábado, 29 de outubro de 2011

RELIGANDO A DEUS



A busca de uma vida assertiva é o anseio de quase todo ser humano. Tanto nos aspectos morais, quanto nos aspectos espirituais, a busca de assertividade nas ações passa ser essencial e o entendimento sobre como proceder em tais situações, sendo esta condição uma questão a ser refletida e investigada.

A assertividade somente será alcançada se princípios adequados forem adotados, e que estes sejam acompanhados de características que permitam a reflexão sobre as ações que deverão ser tomadas. Para todo acontecimento de nossas vidas, uma relação de causa e efeito se estabelece. Porem esta relação não se apóia em princípios comuns, e sim em leis naturais que regem a natureza como um todo.

A expressão máxima destes princípios representa a vontade de Deus. As leis naturais que regem o universo e mantém o equilíbrio de tudo o que existe manifesta toda a sabedoria divina, e devemos sempre buscar seu entendimento e adotar seus princípios, a fim de se aproximar de Deus e sua sabedoria. O entendimento e a aceitação de tais leis permitem, além da busca de atitudes mais assertivas, a obtenção de um caminho de evolução mais leve e proveitoso.

O problema maior reside na questão que envolve o uso de nosso livre arbítrio. Por muitas vezes, seja por vaidade, egoísmo, propensão ao fácil ou falta do entendimento sobre as leis naturais, tomamos atitudes contraria aos preceitos destas leis, e conseqüentemente contra a vontade de Deus. Mas porque vamos contra a vontade de Deus? Porque não o conhecemos suficiente para entender seus desígnios e suas vontades. Porque exigimos um milagre extraordinário, ao invés de aceitar a inteligência que nos é dada como um milagre já presente no nosso dia-a-dia. Porque buscamos o fácil, e nos negamos a ver que na natureza, trabalho é lei. Porque ficamos sempre olhando o outro, e esquecemos que a lei é igual para todos. Assim como as leis físicas – como a da gravidade – é para ricos e pobres, assim como o tempo é igual para todos...teimamos em achar que as leis naturais trazem privilégios para algum, quando na verdade a vantagem que o outro apresenta esta ligada ao seu esforço em aproximar de Deus e entender suas vontades.

Todos temos uma espiritualidade, e somos todos criados a partir de um único Deus. Somos princípios inteligentes. Durante nossa existência,  fomos nos afastando Dele pelos nossos defeitos e mau uso do livre arbítrio. No  caminho que vamos seguindo tentamos superar os defeitos e aprimorar nosso juízo, na tentativa de aproximamos cada vez mais Dele, que por sua vez nunca deixa de nos amar, e quer apenas que nos o  compreendamos cada vez mais.

Muitos são os caminhos para nos religarmos e Ele. Em tempo: A palavra “religião” vem do latim religare, que significar religar, ligar novamente a algo que deu origem. Infelizmente esta palavra vem associada a “instituição”, e muitos quando questionado sobre sua religião, respondem com se estivessem falando de um clube a qual pertencessem. Na verdade, quando se pergunta qual a sua religião, o que deveríamos responder é o que fazemos para nos aproximar cada vez mais daquele que nos criou...


 Luciano Henrique Pinto

sábado, 14 de maio de 2011

RESPEITO AO PROXIMO



“Respeito” vem do Latim RESPICERE, que significa “olhar de novo”...

Se a pessoa merece ser olhado de novo, é porque apresenta coisas positivas ou requer cuidados. Pelo menos essa é a idéia expressa na palavra. Por mais que as opiniões sejam conflitantes, os pensamentos sejam divergentes - é preciso colocar em pautas as coisas positivas, as fragilidades ou falta de defesa que o outro apresenta.

Também é necessário saber uma coisa: aceitar é uma coisa, respeitar é outra... posso não aceitar, mas devo respeitar...a medida que sou respeitado. Se não há respeito, não pode haver aceitação.

Aceitar é um estado elevado de consciência quando de frente as diferenças e diversidades de opiniões, ideias e estilos. Não aceitar é um estado de consciência crítica frente as injustiças feitas ao próximo. Se não houver respeito, não tem como haver aceitação.

Respeite o próximo, pois da mesma forma que você o respeita, ele irá te respeitar.


Boa parte da boa convivência vem daí...



Luciano Henrique Pinto

sexta-feira, 18 de março de 2011

AMAR E VALORIZAR O PRÓXIMO

A questão do amor como elemento essencial das relações humanas remota dos mais antigos tempos e das mais diferentes culturas. A ideia do amor esta presente nos diversos tipos de laços que criamos ao longo da vida. Temos o amor incondicional de pai e filho, o amor maternal, o amor cego, entre tantos outros. Dentro desta temática, o psicólogo americano Jerome Kogen aponta para um outro elemento que segundo ele, é tão importante quanto a amor: o valor que dá as pessoas próximas.

Antes de qualquer reflexão, é preciso pensar no que é “valor”, e qual o significado do mesmo para uma relação saudável e justa, e questionar sobre como trazer este conceito para mais próximo de nossas vidas e tornar as nossas relações mais saudáveis.

Vivemos em uma cultura em fala muito sobre a importancia do amor - e só para pegarmos um exemplo, tem-se a máxima que diz: “amar o próximo como a si mesmo”. Mas que tipo de amor é este, qual a limitação existente frente a falta de entendimento do mesmo, e qual o sentido do ato de “valorizar” o próximo para termos relações mais estáveis? Os estudos do psicologo Kogen apontaram para o fato de que as crianças estarem mais mentalmente saudáveis se perceberem que ao menos um de seus pais a valoriza, e afirma isto enfatizando que este ato é tão importante que o amor – este definido pelos participante da pesquisa como sendo apenas a manifestação de carinho e atenção.

Tal ato de valorizar – cabe agora definir – se refere a atitude de fazer o outro se sentir importante diante de suas realidades, opções, limitações e escolhas. Trata-se de ir além de encorajar os sonhos, mas ajudar o próximo a tornar estes viáveis, além de fazer pelo próximo que algo que ele de fato não consiga e ouvir atentamente suas falas.

Todas estas ações contrapõem ao amor limitado à manifestação de carinho apenas, encontrada nos estudos de Kogen. Muitos podem até não ver distinção entre o que entendiam de amor e estas duas definições, mas boa parte acredita que o amor é exatamente como anteriormente citado no estudo feito. Daí a importância de – desculpe o inevitável trocadilho – valorizar o valor dado às pessoas.


No livro “O caçador de pipas” de Khaled Hosseini temos um claro exemplo do que foi dito: Baba, o pai, amava seu filho, mas não o valorizava perante a sua decisão de ser escritor, o que resultava numa personalidade ansiosa e com certas “culpas” por parte de seu filho. Claro que neste caso havia um amor incondicional entre pai e filho que refletia em uma relação respeitosa, mas o filho sofria serias conseqüências pela falta de valor paternal.

Pode-se resumir então que tão importante quanto o amor é o valor que se dá as pessoas, e embora para alguns tais substantivos são indissociáveis, a prática pode demonstrar uma realidade diferente, e para aqueles que ainda não perceberam, é hora de ir além das manifestações de carinhos e partir para a valorização das pessoas que gosta...

Um forte abraço a todos!

Luciano Henrique Pinto

sábado, 19 de fevereiro de 2011

RESPEITO A LIBERDADE: UM PRINCIPIO BÁSICO DAS RELAÇÕES SAUDÁVEIS...

HERANÇA TRANSGERACIONAL E NOSSAS POSTURAS ATUAIS


Todo ser humano é afetado em seu desenvolvimento por diversos fatores, que vão desde os fisiológicos aos ambientais. Mas nenhum deles é tão marcante e ao mesmo tempo tão sutil quanto as influências familiares transgeracionais. Todos somos afetados de alguma maneira pela família de origem e pela história que ela construiu ao longo de séculos e que carrega consigo. As transferências familiares transcorrem muito além dos genes; se dá também por conta de mitos, padrões e heranças das mais variadas origens. Nossos ascendentes de alguma maneira nos repassaram as suas experiência de dores, alegrias e decepções, e nós certamente a passaremos a diante de alguma maneira, que pode ser piorada, melhorada ou inalterada.

Os mecanismo de transferências genéticos são os mais comuns e são determinantes para as características físicas do ser. Porém no campo psicológico, tem-se as transferências de fatores sociais como crenças, valores e mitos. Estes podem ser repassados e serem aceitos e conhecidos – o que leva o ser a lidar melhor com algum trauma - ou podem ser inconsciente, passado de forma velada mas assimilada pelos atos, atitudes e posicionamentos de nossos ascendentes. Talvez tenhamos atitudes que não sabemos a origem ou motivo, e que a resposta para tal questionamento esteja no passado, em fatos que marcaram a vida de um nosso ascendente e foi herdado de forma inconsciente.

Desta forma, muitas famílias apresentam mitos familiares, podendo ser abertos ou tratados como verdadeiros segredos de família, mas que repercutem de igual maneira na forma de como o ser pensa e age, e que influencia a personalidade dos filhos de alguma maneira. Estes mitos moldam a nossa forma de pensar e encarar o mundo, sendo orientadores diários de nossa vida. As orientações familiares se constroem ao longo dos anos, e as aprendemos por repetição de comportamento ou de tanto ouvir uma história ou por copiar um comportamento familiar. Uma pessoa que brigou ou foi traída por irmãos desenvolve uma certa desconfiança ou aversão familiar, que certamente será repassado aos filhos de alguma maneira. Toda criança aprende a viver imitando seus pais, e estes aprenderam imitando os seus, captando suas virtudes, medos, deficiências entre outros aspectos. Estes mitos podem surgir de outras diversas maneiras: formação da própria cultura familiar, ruptura com padrões anteriores ou ruptura de relações ao longo da vida. Outra forma de aprender com os pais é resignificando os padrões, promovendo as chamadas orientações corretivas. Um filho de um alcoólatra cria aversão ao álcool e vai assim ensinar seu filho, por exemplo. O que é preocupante é que muitas das orientações familiares, principalmente as aprendidas por imitação e sem reflexão podem ser verdadeiras camisas de forças, e atrapalhar o equilíbrio do ser. Assim necessita ser compreendida para poder ser resiginificada.

O estudo das gerações anteriores nos ajuda a livrarmos de certas camisas de força. Permite entender o papel de cada um no “teatro familiar”, e examinar e questionar algumas crenças e fantasias que causam os problemas atuais. Conhecer nosso passado proporciona uma visão nova, permite explorar padrões que influenciam a vida e redimensionar a vida atual.

O desconhecimento das possibilidades internas e dos segredos que residem nas profundezas de seu espírito torna o homem cético a respeito do seu próprio destino. A evolução de um ser passa pelo reconhecimento das heranças psicológicas que lhes são passadas, assumindo a postura de herdeiro de uma história que também lhe pertence e poderá então conhecer o porque de algumas angustias que padece, além de respostas para questões da qual não tenha encontrada ainda explicações que lhe satisfaça. As constatações de tais heranças ocorrem pela vocação a uma certa ciência, a facilidade para encarar alguns estudos, pela manifestação de alguns medos e preconceitos. Daí reside a necessidade de buscar esta herança e compreende-la, traduzindo suas prerrogativas e permitindo ao ser planejar melhor sua existência e de seus descendentes.